Uma tradução, do francês, de um poema do Conde de Saint-Germain, místico europeu nascido na Transilvânia, hoje Romênia, no século XVIII. Uma das mais enigmáticas e admiradas figuras do esoterismo.
Buscador contumaz, sondei a Natureza
Do grande Todo conheci o princípio e o fim
Latente, na jazida, o ouro vi em sua grandeza,
A matéria captei e seu gérmen colhi assim.
Expliquei por quais artes, na entranha materna,
A alma constrói sua casa - a seduz, como um grão,
Qual trigo posto na poeira sempiterna -,
- Planta e vinhedo sendo, são o vinho e o pão.
Nada havia. Deus quis! Surgiu alguma cousa.
Descri; busquei o nada onde o mundo repousa.
- “Nada” era o equilíbrio e provia o suporte.
Por fim, com o peso do elogio e da censura,
Ele chamou minha alma; abri-me à Forma Pura.
Venerei-O! Mais nada havia... Minha morte!
CONDE DE SAINT-GERMAIN (1707?-1784)